O sargento estuprador

Operações 6 de Set de 2023

Saudações Povo brasileiro,

Hoje expomos o policial militar responsável por atirar no abdômen de uma estudante após ela se defender da tentativa de estupro, na cidade de Belém/PA, no último domingo (03/09/2023) às 15h. Artur dos Santos Junior, 1º Sargento da Polícia Militar do Estado do Pará, se masturbou próximo à vítima e em seguida tentou estuprá-la em um ponto de ônibus do bairro de Guamá. A jovem, diferente de muitas mulheres, conseguiu se defender, mas como consequência foi baleada, perdeu parte do intestino e está internada em estado grave na UTI.

Temos algumas perguntas: que instituição é essa que permite a permanência de homens assim? Se ela não tivesse coragem de se defender sozinha, ele teria consumado? De que forma agiram as pessoas que presenciaram o crime? Quantos dos seus colegas policiais não fazem o mesmo? Quantos dos PMs não veem seus parceiros cometendo crimes, agressões e abusos contra mulheres e permanecem em silêncio? Até quando vamos precisar relembrar os abusos cometidos por PMs? Quando o Estado vai começar a tentar resolver o problema sistêmico da Polícia Militar? O que um policial em folga estava fazendo alcoolizado e armado?

Não são casos isolados, não é o primeiro e nem será o último. Esse é um dos poucos casos nos quais vemos a coragem de uma mulher em se defender, quando o policial tenta levá-la para trás do ponto de ônibus usa um chaveiro como canivete. Ainda tentam deslegitimar a vítima dizendo que tinha esse canivete para fazer assaltos, sendo inverdade. A irmã, em reportagem ao G1, diz que a jovem usava o chaveiro para abrir embalagens no trabalho. Como se não bastasse ter que conviver com a dor e a violência, a família ainda denunciou ao portal Diário online que após tentar estuprar e ter baleado a jovem, o sargento nojento ainda teve a sordidez de alegar que atirou para se defender, já que teria tentado assaltá-lo.

Precisamos falar sobre as mulheres que andam com agulhas, facas, spray de pimenta ou outras formas de defesa em suas bolsas por medo de situações como essa. Estamos cansados de ver homens levando agulhadas nos ônibus porque estavam se esfregando numa mulher. O porco abusador Artur não foi diferente, quando questionado por policiais por que ele estava machucado, passou a culpabilizar a vítima, sabendo que todos os seus atos naquele dia eram criminosos. Diferente do que tenta induzir a matéria do G1, ele não se masturbou e tentou estuprar a jovem porque estava bêbado. Fez o que quis porque é homem e se sente no direito de qualquer coisa, inclusive de invadir um corpo. Fez porque a sociedade e a instituição não ensinou a ele que existem limites que jamais podem ser ultrapassados. E, por fim, fez onde fez por ter a certeza que sendo PM e homem, nada lhe aconteceria.

Entendam: A incompreensão não é falta de exemplos; é machismo. Parece absurdo termos que vir aqui mais uma vez contar uma história de violência policial. Repetindo todas as notas anteriores, a instituição coloca que “não compactua”, o que para nós é apenas a pura hipocrisia. Dizem não compactuar, mas na maior parte das vezes se omitem e negligenciam as vítimas, principalmente se a mesma for mulher. Alguns casos, em especial como esse, consideram que a “culpa é da vítima” e perguntam “que roupa ela estava usando?”. São inúmeros os casos de abuso que sofrem um severo questionamento, a vítima sempre precisa mostrar diversas provas para que algo aconteça. Por vezes, as mulheres ainda precisam repetir a história incansavelmente. A voz da vítima precisa ser ouvida e nós estamos aqui para fazer com que essa voz se torne um grito, e esse grito um dia não seja mais de socorro.

Artur, o porco abusador, não se intimidou em nenhum momento, sua frieza é demonstrada na utilização da sua ferramenta de trabalho, a própria arma oferecida pela polícia militar. Segundo a organização, a arma é um instrumento de força máxima, que só deve ser usada em caso de necessidade extrema de proteção, como foi alegado pelos 3 policiais que foram expostos no caso de Pitanga. No entanto, existem diversos casos que mostram que essa condição não é respeitada. A sociedade precisa refletir e discutir a abolição da polícia.

Se uma mulher na rua, em plena luz do dia, passou por isso, imagina o grau de pavor que as mulheres da corporação passam e se calam diante dos seus superiores, pois conhecem os riscos. Mesmo diante das imagens flagrando a situação, ainda assim, haverá um inquérito militar. O flagrante de estupro e uso da arma funcional para atirar numa vítima não deveria ser o suficiente para expulsar o verme da corporação?

A educação sexual deveria ser assunto não só nas escolas, mas também em instituições onde o machismo é destaque. Sabemos que apesar de ter mulheres na instituição policial, elas são minorias e a educação sexual passa longe de ser um assunto discutido na formação do policial. Se os porcos tivessem esse conhecimento, eles saberiam que precisam defender ainda mais as mulheres, uma vez que a justiça e o “Estado” até hoje não nos ensinaram que o corpo de uma mulher nunca pertenceu a ninguém além dela mesma.

É revoltante que casos como o do porco Artur dos Santos Junior continuem a acontecer. Atos de violência, abuso e estupro não podem ser tolerados, e é alarmante pensar quantos outros policiais agem da mesma forma e permanecem impunes. A coragem da jovem em se defender não deveria ter resultado em um ferimento grave e estar lutando por sua vida na UTI. Devemos sempre questionar a estrutura da Polícia Militar e exigir medidas efetivas para combater esse problema sistêmico. Até quando teremos que relembrar os abusos cometidos por PMs? Chega de deslegitimar as vítimas e culpabilizá-las. Precisamos de uma mudança real, onde as mulheres possam andar nas ruas sem medo, sem precisar carregar armas de defesa em suas bolsas. Precisamos garantir que esses crimes não fiquem impunes. Não podemos aceitar que a violência e o machismo prevaleçam em nossa sociedade.

Policiais, vocês são fantoches do governo, usados para amedrontar o povo.

Povo não tenha medo do governo, é ele quem deve nos temer!

Povo não tenha medo do governo, pois nós estamos com vocês!

Povo não tenha medo do governo, juntos somos imbatíveis!

Povo não tenha medo do governo, se nós avançamos, eles recuam!

A revolta é a melhor arma contra eles, revolte-se!

Nós somos EterSec!

Nós somos Anonymous!


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