Exposed Sonaira e Carta de Repúdio

exposed 25 de Dez de 2022

Carta I

Saudações, brasileirAs.
Essa é uma carta aberta para aquelas que não sabem o que é ser mulher.
Antes de mais nada, é triste. É triste, como mulher, ter que vir aqui mais uma vez explicar para uma mulher o que é ser mulher. A mulher em questão, carente de conhecimento e consciência, é a futura secretária de Políticas para a Mulher de São Paulo, Sonaira Fernandes. A mulher em questão diz que irá “atender a todas as mulheres”, mas como pretende se já começa excluindo e demonizando aquelas que, assim como ela, lutam por um mundo que garanta o seu direito de existir enquanto mulher? Mulheres essas que se reuniram para lutar por um mundo mais justo, seguro e igualitário para nós, mulheres.

Ela diz que o feminismo é “sucursal do inferno”. Bom, sucursal significa instituição, empresa, organização, ou seja, ela diz que o feminismo é um sistema que reproduz características infernais. Diz isso não só por desconhecer o feminismo, mas por ser ignorante da própria condição de gênero. Ela desconhece o que significa ser mulher. É até muito irônico, já que ela enquanto mulher sofre tanto quanto qualquer outra mulher. Sucursal do inferno são essas normas e violências que o macho comete por ódio de gênero e sexualidade.

Ela não entende o objetivo do feminismo e nem o que é, porque ela não consegue ver que a condição de gênero determina como ela é tratada e vista por toda a sociedade. Ela passa por cima de todo olhar torto, toque mal-intencionado, comentário sexual… Que nós mulheres, inclusive ela, já vivenciamos. Ela assume o papel que a sociedade, o gênero masculino, construiu para ela. É ignorante da própria condição de mulher não por culpa dela, mas por estar imersa no ideal masculino. Ela sofre, e para não sofrer ela quer fazer parte. Quase se parece com síndrome de Estocolmo se parar para pensar. Ela defende o próprio opressor pela simples ignorância.

O gênero masculino é responsável por todos os sistemas opressores, inclusive os sistemas que oprimem as mulheres. É o homem quem define o que é ser mulher, para ela. Ela não aceita a autodeterminação, deixa que outrem diga a ela o que ela deve ser, fazer, pensar e achar. É uma mulher condicionada a cumprir os papéis que o homem a deu, talvez porque tenha medo de ver a dura realidade de ser mulher. É muito mais fácil passar por cima e ignorar todas a nossas violências diárias. Dói saber a verdade. Dói que às vezes o não que você recebe é só por ser mulher. Dói não ser considerada inteligente ou esperta só porque se é mulher. Perceber a própria condição de gênero é razão de sofrimento, e Sonaira escolhe atacar o gênero. Desconta sua raiva, causada pelo sofrimento de gênero, nas outras mulheres, porque não consegue perceber ou aceitar que a culpa de tudo sempre foi do macho. Se torna opressora na tentativa de compensar os momentos que foi oprimida. Ela, e muitas outras, são covardes demais para encarar a dura realidade construída pelo homem.

Quando ela diz que o feminismo “é o grande genocida do nosso tempo, essa ideologia imunda mata mais que guerras e doenças”, ela acusa um movimento de mulheres de fazer exatamente aquilo que os homens fazem todos os dias. Já pesquisaram quantas mulheres sofrem agressão de gênero por dia? Por minuto? Dá um Google, Sonaira! Queria saber também, de que forma o feminismo mata, senhora? Por favor, poderia nos explicar?

Como um movimento que resultou no direito às mulheres de frequentar escolas e universidades, que nos deu voz através do voto, o direito de trabalhar e exercer uma profissão, que permitiu a criação de leis e de políticas públicas visando nos proteger, num país que só entre 2020 e 2021 registrou um estupro a cada 10 minutos e um feminicídio a cada 7 horas? Você se esquece que é graças as “servidoras de satanás” que hoje você tem o direito de se manifestar e ocupar um cargo político? Se esquece que também é mulher e está sujeita a mesma violência? Ou a cega para a verdade aqui, é a senhora?

Como uma mulher que ignora seu papel na sociedade e não reconhece as principais problemáticas que envolvem ser mulher, está apta para representar outras mulheres? É irresponsabilidade do estado colocar uma mulher que desconhece a própria condição de gênero em um cargo responsável por fazer políticas. Fazer política significa pensar em maneiras de garantir o direito a vida das mulheres. Como uma mulher que não sabe o que é ser mulher conseguirá fazer uma política eficaz para as mulheres? Não vai. Ela vai se encarregar de atacar o próprio gênero, reduzir os nossos direitos enquanto mulher. No cargo, assim como Damares, ela abusará do poder, como já abusa, para destilar veneno, ódio e desinformação contra algo que luta para que ela e tantas outras EXISTAM.

É importante ressaltar que aqui aceitamos a normatividade da cisgeneridade para educar minimamente aqueles que ainda distorcem o sentido do movimento feminista, que trabalha com a lógica da binariedade. Essa discussão pode se tornar ainda mais complexa se pensarmos que não existe apenas dois gêneros, por exemplo. Pode ser ainda mais complexo se pensarmos em mulheres trans e seres com vagina. Mas isso é assunto para outra hora, se está difícil entender feminismo, imagina entender gênero.

Repudiamos qualquer fala que diminua a figura da mulher.

Repudiamos qualquer forma de violência contra a mulher, seja verbal, física, psicológica, patrimonial, sexual; vindo de homens ou mesmo de outras mulheres.

Lutamos por igualdade e respeito!

A seguir, o relato de uma membro da nossa equipe. Corajosamente, ela abriu as portas da sua história para exemplificar o quão dura e difícil é a vida da mulher na sociedade brasileira.

Carta II

Saudações amigas brasileiras,

Hoje estarei por aqui contando um pouco sobre minha vida, as dificuldades do que é ser mulher…

Começo enfatizando que sou filha de mãe solo.

Nasci no fim dos anos 80. Imaginem o impacto que era ser mãe solo naquela época. Para completar, minha mãe teve 4 filhos de 3 pais diferentes. Na família, falavam absurdos sobre ela. Desde criança eu percebia o quão difícil é a vida de uma mulher que não segue as regras da sociedade. Minha família tem a visão de que a mulher nasceu para “servir ao homem, seu marido”. Meus parentes se chocam com mulheres que são “fora do padrão”. E eu sou uma delas.

Nenhum dos “pais” dos filhos da minha mãe ajudaram na criação das crianças. Minha mãe criou todos sozinha, com muita dificuldade. E chegou ao fundo do poço quando teve que se prostituir para alimentar os filhos. Eu, por ser a mais velha, sempre tive consciência de tudo, isso me levou a uma rebeldia muito grande durante a adolescência. Fui uma jovem sem regras. Experimentei drogas, bebia… Então conheci um cara 14 anos mais velho do que eu. Me apaixonei… Entrei em um relacionamento com fundos de pedofilia, onde eu era manipulada por um homem adulto, e eu, uma menina, sem consciência do que era a vida, por falta de orientação e conversa da família, caí em um relacionamento extremamente abusivo. Quando eu caí em si, entendi que aquilo havia sido um abuso, já era tarde, haviam se passado 7 anos.

Com todos os meus traumas, prometi a mim mesma que nunca seria mãe, que não colocaria filhos no mundo para sofrer, principalmente filhas mulheres. Me revoltei, prometi que não me relacionaria amorosamente tão cedo, que ia fazer como os homens, me relacionar por diversão. Então conheci um cara que me apaixonei instantaneamente. Um cara cativante, expressivo, alegre, autêntico… Tivemos uma conexão muito grande! Fomos morar juntos em 3 meses. Engravidei um ano depois. Minha visão sobre maternidade mudou, eu quis ser mãe… Eu tinha uma carreira promissora, trabalhei em uma rede de TV grande e famosa, tinha foco, objetivos… Então a maternidade me tirou desse rumo.

Pensei que se convivesse com minha filha nos dois primeiros anos, seria maravilhoso. Então abandonei a carreira e me dediquei à vida do lar. Dei brecha para o lado “abusivo” do meu companheiro dar as caras. Nos mudamos para a cidade da família dele, longe da minha. Eu era uma mulher da cidade grande, progressista, feminista, segura… As pessoas e o ambiente foram me matando lentamente. Fui excluída durante 6 anos pela família do meu companheiro. Elas manipulavam minha vida, faziam fofocas… E eu ia entristecendo, cuidando da bebê em uma vida monótona. Eu não saía, não tinha amigos, não convivia com a família. Eu vivia para limpar casa, cuidar de filho, cozinhar… Me tornei a mulher “padrão e submissa”.

Decidi me chacoalhar. Iniciei a faculdade, abri um negócio, as coisas estavam fluindo. Então tive o baque de uma gravidez não planejada. Me revoltei com a vida. Me perguntava o porquê de estar passando por aquilo. Fui aceitando, pegando amor pelo bebê… Então sofri uma agressão de diversos familiares do meu ex. 5 pessoas me agrediram, sendo 3 mulheres e 2 homens. Bateram muito na minha barriga, desejaram que eu tivesse um aborto. Então, 2 dias depois tive uma hemorragia imensa e fui parar no hospital. Tive descolamento ovular e minha gestação era de risco. Eu deveria ficar de repouso absoluto até a recuperação do hematoma que havia se formado em meu útero.

Tranquei minha faculdade, fechei meu negócio (pois era eu que cuidava), tive que contratar uma pessoa para me ajudar com a casa, comida e filha mais velha… Fiquei 4 longos meses de cama, sem poder fazer nada. Então desenvolvi uma depressão fortíssima, mas não poderia tratar com medicação devido aos riscos da gestação, então iniciei terapia.

Aos 4 meses, me liberaram para voltar à normalidade, pouco a pouco. Aos 6 meses de gestação, percebi estar perdendo líquido. Foi constatado que eu estava com a “bolsa rota” e deveria acompanhar a gravidez muito de perto, devido ao altíssimo risco. No fim do sétimo mês, verificamos que eu já estava sem líquido e deveria fazer o parto imediatamente. Eu dependia do SUS, tive que esperar por 3 dias por uma vaga em um hospital especializado. E lá, durante esses 3 dias, me vi sozinha. O pai das minhas filhas havia mudado completamente o comportamento comigo, depois das agressões dos parentes dele, ele começou a agir como se eu fosse a culpada pelo ocorrido, me criticava, criticava meu comportamento, me reduzia… Os abusos começaram aí.

Foram os piores dias da minha vida!

Depois de alguns poucos dias, consegui a transferência para o hospital de referência. Fui para o parto. Minha bebê nasceu roxa, sem chorar ou respirar. Já estava em sofrimento pela falta de líquido amniótico, eu não pude nem segurá-la no colo, a levaram direto para UTI, para encubadora. Ela foi entubada e colocada em coma induzido. Assim que a levaram, tive uma hemorragia, uma atonia uterina.

Fiquei extremamente assustada com a quantidade de sangue. Estranhei a demora, questionei a equipe médica e fui informada que não conseguiam reverter a hemorragia, que seria necessário a retirada do útero. Recebi bolsas de sangue, tomei diversos medicamentos na jugular, o efeito da anestesia passou, como eu estava em cirurgia, não poderia receber outra anestesia… Passei uma dor imensa! Conseguiram reverter o quadro, a hemorragia parou, fui salva pela transfusão. Enquanto estive em recuperação, fiquei entre a vida e a morte, minha pressão ficou em 6x3, extremamente baixa.

No entanto, eu lutei. Minha pequena precisava de mim. Fiquei 40 dias morando no hospital, dia e noite com ela, acompanhando cada evolução. Minha filha mais velha ficou com um parente. E eu estava completamente sozinha naquele momento. Quando tive alta do hospital, decidi que não suportaria mais viver ali. Então decidimos recomeçar nossa vida em outro estado. Nos mudamos, eu ficava em casa, em um lugar onde não conhecia absolutamente ninguém, sempre cuidando da bebê. A filha mais velha ia para escola enquanto o pai estava no trabalho.  

Então, em posição de “superioridade”, meu ex se apoderou completamente de mim. Tomando conta das minhas contas bancárias, como fiquei sem trabalhar, acabei me tornando dependente financeiramente dele. Logo eu, que trabalhava desde os 15 anos. Isto foi o primeiro passo para que ele pudesse controlar minha vida por inteira. O controle aumentou e os abusos psíquicos começaram.

Iniciaram as agressões verbais e morais, era diminuída a todo o momento, xingada, meu caráter colocado à prova. Minha família era diminuída e humilhada por ele… Minha depressão piorou, fiquei muito doente, deixei de cuidar de mim. E o macho escroto cada vez mais seguro sobre sua posse e controle sobre mim. Então veio a pandemia, o que piorou tudo. Nesse tempo, ele ficava em casa e começou a gritar com minhas filhas, xingá-las.

Eu decidi separar, quando ele viu ser sério, ele iniciou um tratamento psiquiátrico, foi diagnosticado com ansiedade. Começou a tomar remédios tarja preta. E fez a burrice de misturar com bebida. Ele ficava extremamente agressivo, xingando muito, brigando… Apesar de nunca ter havido violência física, era tudo muito agressivo. Fui diminuída e humilhada de várias maneiras.

Então, ele teve um surto, quando encontrou nudes antigos meus. Ele achou que estava tendo um caso com um familiar dele. Ameaçou me matar, colocar fogo em mim. Procurei uma amiga para orientação. Ela contatou outra amiga, que eu havia visto uma única vez em um evento na cidade. Essa amiga levou a mim e minhas filhas para sua casa, sem nos conhecer e nos deu abrigo por mais de uma semana! Quando perguntei por que havia feito aquilo por uma desconhecida, ela me respondeu: “somos mulheres, mexeu com uma, mexeu com todas”!

Os primeiros dias de separação foram os mais terríveis da minha vida! Fui perseguida, ameaçada, tive meu celular retido, minhas contas bancárias confiscadas, nudes vazados na internet… O “macho alfa” surtou com a sua loucura, seu imaginário doentio. Fui xingada de vagabunda, puta, piranha, ameaçada de morte na frente das minhas filhas. Tive que sair com elas da nossa casa, do nosso conforto. Dependi de estranhos para ter um teto, comer…

O ódio que ele ficou, afetou e prejudicou diretamente minhas filhas. Mas ele não ligava, e me prejudicava a cada dia mais. Tive que entrar com uma medida protetiva, fiz um BO na lei Maria da Penha… E foi aí que comecei a ter paz. O rompimento de todo esse abuso e sofrimento foi extremamente libertador! O apoio e orientação que recebi dos membros companheiros da EterSec me deram força para não desistir, me fizeram entender o quanto eu era importante, que eu havia me livrado de toda a dor, que a culpa não era minha, que fui vítima…

O conhecimento é essencial, companheiras!

Procurem se informar sobre formas de violência contra a mulher. Estudem muito! Não deixem que homens e mulheres machistas e repugnantes ditem regras de como devemos viver, o que devemos fazer e pensar. Somos livres, donas do nosso destino e do nosso corpo!Estaremos onde quisermos, porque somos tão ou mais capazes do que qualquer macho egocêntrico. Lutaremos contra a forma patriarcal que a sociedade se baseia.

Nunca é tarde para descobrir quem somos de verdade e termos consciência de todos os abusos que sofremos ao longo da vida sem nem se dar conta. Tudo o que vivi, refletiu na minha vida, tanto positivamente, quanto negativamente. Fui manipulada, me envolvi com droga, não tinha noção de como o mundo era cruel para uma mulher. Fui abusada 2 vezes enquanto era criança e minha mãe não acreditou em mim.

Eu não quero que minhas filhas passem pelo mesmo que passei, então as oriento muito, uso como exemplo tudo o que acabamos de viver… Faço uma analogia e as faço entender que nunca devem aceitar o que aceitei calada, foram 12 anos… O que passei não me derrubou, pelo contrário, me deu forças para que pudesse renascer, me transformar! Me deu forças para que eu pudesse estar aqui hoje, lutando não só por mim e por minhas filhas, mas por todas nós mulheres!

Devemos orientar todas as mulheres sobre os tipos de violência que sofremos e como devemos agir, pois passamos por estas violências e as normalizamos devido a criação machista que nossa sociedade nos proporciona.

Conheçam os tipos de violência contra a mulher a seguir.

Tipos de violência contra a mulher:


Violência sexual:

Essa forma de violência doméstica inclui qualquer comportamento sexual realizado sem consentimento da parceira. Para tanto, o agressor pode se valer de força física, intimidação, ameaças e coação.

Dentre exemplos de violência sexual, podemos citar:

- estupro;
- forçar a parceira a fazer sexo com outras pessoas;
- obrigar a pessoa a se envolver com prostituição ou pornografia;
- propositalmente machucar a mulher durante o ato sexual;
- insistir em comportamentos sexuais que assustem, machuquem ou representem condutas indesejadas pela mulher;
- impedir o uso de métodos contraceptivos ou sabotar o controle de natalidade;
- controlar decisões sobre gravidez ou aborto;
- fotografar ou filmar momentos íntimos sem o consentimento da parceira.

Violência patrimonial

A violência patrimonial se refere aos aspectos econômicos, financeiros e materiais.

A Lei Maria da Penha estabelece que devem ser considerados criminosos atos que envolvam subtração, retenção ou destruição (parcial ou total) de “objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos”.

Na prática, isso significa que a violência patrimonial ocorre quando o agressor se utiliza de métodos como:

- impedir a mulher de trabalhar;
- bloquear acesso a dinheiro, cartões de crédito e outros ativos financeiros do casal;
- controlar o uso do dinheiro pelo qual a parceira trabalhou ou economizou;
- usar recursos financeiros em benefício próprio, sem permissão ou concordância da companheira;
- substituir senhas bancárias para inviabilizar o acesso por parte da vítima;
- arruinar o histórico de crédito, fazer dívidas ou deixar de pagar contas que estão no nome da parceira;
- estelionato;
- não pagar a pensão alimentícia;
- negar à vítima o acesso às necessidades, como alimentos, roupas e medicamentos;
- rasgar, queimar ou esconder documentos pessoais da vítima;
- destruir, estragar ou causar danos a objetos que sejam de importância para a mulher.
- Tipos de violência contra a mulher: violência moral
- A violência moral é cometida sempre que o agressor age de forma a caluniar, difamar ou propagar injúrias contra a mulher.

Exemplos desse tipo de conduta incluem:

- Acusar a mulher de um crime que não cometeu (roubo, por exemplo);
- Publicar fotos íntimas da vítima em redes sociais;
- Afirmar que a parceira é promíscua, incompetente, desonesta ou qualquer outro atributo que implique em prejuízos à sua reputação;
- Falar mal ou inventar histórias sobre a mulher para amigos e familiares, de forma que ela seja vista como verdadeira culpada das brigas conjugais — e não mereça confiança;
- Utilizar xingamentos e palavras de baixo calão, que ofendam a dignidade da vítima.

Como denunciar violência doméstica?


Para denunciar quaisquer tipos de violência contra a mulher, vítimas ou testemunhas das agressões podem ligar para o número 180 (Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência).

O serviço está disponível 24 horas por dia, todos os dias da semana — inclusive em feriados e finais de semana.

O atendimento é gratuito e confidencial, garantindo o anonimato do denunciante.

Pela central, além de registrar a denúncia, é possível obter todas as informações sobre os direitos da mulher e receber orientações para vítimas de abusos.

O aplicativo Proteja Brasil (disponível para iOs e Android) e o site humanizaredes.gov.br são outros canais disponíveis para denúncias.

Presencialmente, a vítima de violência familiar e doméstica pode se dirigir a uma Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) ou a uma delegacia comum, onde deverá contar com prioridade de atendimento.

Consequências psicológicas da violência doméstica

Tanto as mulheres que enfrentam quanto aquelas que já vivenciaram situações de violência sofrem traumas e severos danos à autoestima.

Os reflexos dos abusos podem se perpetuar a longo prazo, afetando outros relacionamentos e ocasionando problemas de saúde mental — depressão, síndrome do pânico e transtorno de estresse pós-traumático, só para citar alguns exemplos.

Portanto, além do amparo legal, é aconselhável a busca por apoio psicológico.

Contar com entes queridos e conversar com um terapeuta faz toda a diferença no processo de cura das feridas emocionais — tão ou mais difíceis de lidar que dores do corpo.

A conclusão que cheguei, após passar por todos esses processos, é de que nenhuma mulher, por mais esclarecida que seja, está livre de sofrer abusos.

Ser feminista é lutar para que todas nós sejamos livres! É lutar para que nenhuma de nós sofra violência; se sofrermos, lutaremos para que a justiça seja feita!

Não permita violência!


Se você perceber qualquer sinal de violência, seja ela qual for, peça ajuda! Não precisa ser de parentes, pode ser de desconhecidos, uma rede de proteção, uma ONG, o CRAS ou CREAS de sua cidade e até mesmo a polícia.

Não permitam!

Se uma mulher te pedir ajuda, ajude! Ela pode estar em risco!

Não deixemos que as estatísticas cresçam. Não deixemos que nos ditem como devemos viver e agir. Vamos nos dar as mãos, nos ajudar!

Seja solidária com suas companheiras, vamos acabar com a violência e o preconceito contra as mulheres!

Sua luta é nossa luta! Contem conosco!

Até a próxima, companheiras brasileiras.

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