Caros brasileiros,

Lamentavelmente nessa semana presenciamos mais um caso de violência à mulher.

A violência e a agressividade sempre estiveram relacionadas à masculinidade tóxica. Homens que, para provar sua virilidade, precisam estar em posse de armas e munições. Precisam falar mais alto, precisam levantar a mão e bater, estuprar. Homens que, quando têm sua “masculinidade” abalada, se julgam no direito de agredir. O curioso é que esses, só atacam aqueles mais vulneráveis: mulheres, crianças, animais e outros homens em situação de vulnerabilidade. Do contrário, quando sozinhos, abaixam a cabeça e a figura de “homem macho” perde a pose.

O fato citado recentemente ocorreu no bairro de Santa Cecília, em São Paulo, contra uma mulher de 39 anos. Ao avistar uma senhora com a bandeira do PT sendo hostilizada por um grupo de bolsonaristas, uma outra mulher, sem pensar, saltou do Uber em que estava para ajudá-la. No entanto, passou a ser covardemente agredida fisicamente por um homem que lhe desferiu golpes contra o rosto.

O homem, ou monstro, em questão, não apenas não demonstrou nenhum constrangimento ao ver que estava sendo filmado, pelo contrário, parece intensificar seu ataque. Talvez tal atitude se dê por conta da crescente legitimação da violência através da deturpada noção de impunidade que nos últimos anos tomou conta do país. Não é raro vermos grupos bolsonaristas tocando o terror nas ruas diante da omissão e passividade da PM e dos órgãos de segurança. Não sejamos injustos com aqueles que não compactuam com tais atitudes. Porém, percebe-se estarem de mão atadas perante a opressão de seus superiores. De qualquer forma esse não é o caso aqui.

A senhora que balançava a bandeira relatou que os policiais militares presentes no local concederam a liberação do covarde agressor, sem nem mesmo prestar um depoimento na delegacia. Há relatos de ofensas de cunho racista contra um homem negro que havia parado para ajudar. Já a mulher que sofreu agressão, relata indignada, ter que intervir para que seu marido, um homem negro, não fosse levado na viatura. Além da omissão frente a covarde agressão contra à mulher, eis aqui o racismo estrutural velado e incrustado nas polícias do Brasil, especialmente na de São Paulo.

Nos últimos dias estivemos incessantemente identificando e denunciando agressores covardes que vêm agindo à luz do dia. Tais como: o caso dos porcos fardados de Goiânia, a ação da polícia em Osasco, o feminicídio do litoral de São Paulo, o caso Marielle Franco, os massacres aos povos originários. Dentre essas e outras ações em andamento, uma coisa em comum se destaca: a covardia.

Não há nada que justifique tamanha barbaridade, e isso se torna mais absurdo quando nos damos conta de que o monstro em questão se sentiu no direito de agredir uma mulher por conta de oposição política. Infelizmente temos observado essa intolerância e violência doentia se intensificando e espalhando pelo país com o respaldo da PM e do Exército.

Hoje viemos mais uma vez demonstrar nosso repúdio à atitude de um homem que deveria estar preso em flagrante delito e anunciar que nós o identificaremos. Não aceitaremos mais a impunidade diante de nenhum crime contra a mulher, contra às minorias, e muito menos, a omissão dos órgãos competentes.

E quanto a vocês, homens, que precisam a todo momento provar sua “masculinidade”, o que já nos diz muito, saiba que nós mulheres até podemos ser fisicamente mais frágeis. No entanto, somos nós que detivemos o verdadeiro poder, pois não precisamos agredir pessoas em estado de vulnerabilidade para sermos grandes, simplesmente somos. Somos guerreiras, corajosas e cada vez mais unidas e nos defenderemos.

Nós não toleramos covardia.
Nós fazemos o pão que você come.
Nós arquivamos os seus documentos.
Nós entregamos as suas encomendas.
Nós estamos em todo lugar.
Nós somos Anonymous.
Nós somos EterSec!