Plantação de Sangue

Notícias 16 de Dez de 2021 EN ES

Desde a colonização até agora o agronegócio segue em uma linha imensa de irresponsabilidade em diversos setores. Conforme o site Brasil de Fato, ele consome 70% dos recursos de terra e água do planeta e produz somente 30% do alimento mundial e ainda sim, é responsável por 40% das ações responsáveis ​​pelo efeito estufa. Entretanto, apesar dos males, ainda há um pensamento diante da sociedade que o agronegócio é algo benéfico e que é um forte motor econômico para o país. Em uma lógica de produção latifundiária de monoculturas com uso intenso de agrotóxicos, desmatamentos e grilagens, o agronegócio coloca em risco tanto a fauna como a flora e também não podemos deixar de citar o próprio homem. A flora é atacada diretamente com ações que têm como finalidade o desmatamento, este que busca um terreno limpo para o plantio. A fauna também é atacada, animais acabam morrendo, os que sobrevivem mudam de habitat, o que causa um desequilíbrio ambiental.

O causador destes males, o homem, também sofre com tais atos. Essa linha histórica de insensibilidade para com a sociedade e seus indivíduos fica explicita quando vemos que mesmo na atualidade, o agronegócio é aquele que mais possui casos de pessoas vivendo em regimes análogos à escravidão. A cada ano a lista de locais com trabalhadores resgatados é maior, e quando não há, o trabalhador quase não possui direitos. Com a redução crescente de direitos trabalhistas, o agro vai revelando sua cara real, aquela que não acabou no "heroico" ato branco de 1888. A grilagem de terras indigenas é outro problema a ser enfrentado, porque, infelizmente, o homem branco persiste em atacar os povos originários. O número de assassinatos aos indígenas em 2020 subiu em 63% em relação ao ano anterior. Por conta disso, para ajudar nossos povos originários temos a "Operação Anhangá". Ambos, fauna como a flora, estão na mira do agronegócio, que realiza de tudo para aumentar a lucratividade.

O mercantilismo e expansionismo desse setor faz com que todos que vão contra suas formas maléficas para obtenção de lucro sejam vistos como inimigos a serem combatidos, como ONGs de preservação ambiental, grupos políticos e povos indígenas. Estes são contra o desmatamento desordenado e uso excessivo de agrotóxicos, pois sabem que a relação deles com a fauna e a flora é a mais destrutível possível. A utilização irregular dos "defensivos agrícolas" prejudica a qualidade do solo, fazendo com que a um longo prazo ele se torne infértil para essa monocultura. Com isso, ele começa a procurar novos solos "virgens" para realizar novamente sua monocultura. Além do que foi citado, o uso desenfreado de pesticidas desenvolveu pragas que são praticamente impossíveis de serem combatidas sem o uso desses venenos, devido a isso, até mesmo produtores familiares precisam utilizar tais produtos para conseguir uma plantação sem pragas.O agronegócio está banhado no sangue da fauna, da flora e da sociedade. Ele está vinculado a crimes contra os direitos humanos e saúde humana.

Ele é um dos principais responsáveis em nosso país pelo contínuo aumento dos índices de CO₂ na atmosfera. Apesar dos fatos, a política que poderia ser uma das soluções para muito desses problemas acaba por ser conivente com todos eles. A corrupção que será exposta com esta nova operação, que decidimos nomear como "plantação de sangue",  divulgará como grandes empresários conseguem sabotar tudo e a todos para atingir o lucro. Este lucro carrega em seu histórico muito sangue e nós vamos até o final para expor cada gota arrancada seja da fauna, da flora e da sociedade. A história do agronegócio no Brasil se mistura com a história do país, tornando-o um símbolo de poder e riqueza, podendo ser um forte aliado para quem o beneficiar.

A aliança estrutural entre o atual governo e os empresários do setor vem se mostrando cada vez mais notória e benéfica para essas duas partes, onde o Estado faz vistas grossas para os crimes cometidos enquanto a outra parte fornece uma espécie de exército de apoio. Essa relação exclui completamente os desejos do povo que quer um emprego digno, que quer deixar de ter que comprar ossos em um açougue, que quer ser respeitado. O governo brasileiro só tem uma preocupação e não é a população, a ambição deles, é o poder. Nós vamos mostrar quem são os rostos por trás do agronegócio, quem se esconde atrás do "Agro é Pop, Agro é Tech, Agro é Tudo".

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