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Operações 25 de Ago de 2021 ES EN

Após 39 anos da derrubada da ditadura na Nicarágua pela Revolução Sandinista, o país que antes reverenciava Daniel Ortega como um herói, hoje sofre com sua dura transformação em tirano: o presidente é acusado pela população de ser um autocrata.

José Daniel Ortega Saavedra, hoje com 75 anos e no seu terceiro mandato consecutivo é comparado aos Somozas, uma dinastia de ditadores que o mesmo ajudou a derrubar quando era um revolucionário. A comparação é válida, já que desde o começo das manifestações em maio de 2018 mais de 300 manifestantes foram mortos e, a cada novo candidato de oposição apresentado, o afastamento ou prisão deste são decretados.

Em 2003 firmou um pacto com o ex-presidente nicaraguense Arnoldo Alemán (1997-2000) a fim de dividir os poderes do Estado entre eles, sendo que hoje Ortega controla tudo, incluindo a Assembleia Nacional, a polícia e o exército. Após este quadro, utilizando o discurso de devolver o poder ao povo, Ortega criou o "Conselho de Poder Cidadão", que na verdade atua como serviço de inteligência interna para seu regime.

Além de ter nomeado sua esposa Rosario Murillo ao cargo de vice-presidente.

A corrupção e controle impostos pela gestão ditatorial de Ortega movimentou dezenas de bilhões de dólares. A ALBANISA é um exemplo: formada por 51% de capital Venezuela e 49% nicaraguense, a premissa da cooperação não era o desenvolvimento do país ou a eficiência econômica e sim a política! Desde que Ortega se mantivesse no poder, o controle sobre a corrupção seria total, "privatizando" cerca de U$ 3,86 bilhões em dinheiro do petróleo.

Mesmo com todo dinheiro movimentado por Ortega e seus "sócios", a Nicarágua é um dos países mais pobres da América Central, sofrendo com a fome, falta de saneamento básico e assiste desde 2009 alterações em sua constituinte para promover a ascensão de um tirano no poder. As manifestações em 2018 tiveram início após uma reforma previdenciária que ampliou contribuições e reduziu aposentadorias. Houve a união de grupos sociais: estudantes, indígenas e desempregados foram as ruas e a resposta de Ortega ao levante foi a força bruta e violência. Ortega convocou as ações das "Turbas", grupos de policiais e paramilitares que ganharam o aval para repreender as manifestações com armas letais. E em 2019 inseriu medidas de repressão contra a imprensa independente, mandando cerca de 80 jornalistas para o exílio.

O presidente, junto com sua esposa e vice-presidente, Rosario Murillo, vêm minando a democracia nicaraguense há anos, de acordo com críticos e grupos de direitos humanos. Eles centralizaram o poder executivo, seguido pelo enfraquecimento de suas instituições democráticas. Pessoas leais a Ortega e à Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) foram eleitas para presidir o Supremo Tribunal Federal, o Ministério Público e até o Conselho Supremo Eleitoral.

Pelo menos 29 líderes da oposição foram presos e acusados ​​de vagas violações da chamada "segurança nacional", o que, de acordo com grupos de direitos humanos, é um claro sinal de que o forte líder do país está fazendo o seu melhor. Para eliminar a dissidência e esmagar qualquer competição antes das próximas eleições gerais de 7 de novembro, uma votação na qual ele espera assegurar seu quarto mandato consecutivo como presidente.

Quatro das figuras da oposição detidas são candidatos presidenciais, acusados ​​de crimes que provavelmente os desqualificarão para concorrer contra Ortega. Se passando por uma falsa democracia, Ortega segue brincando com seu país, criando leis autoritárias, prendendo oposição e caçando direitos populares. Devemos combater todo autoritarismo.

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