Capitalismo

Notícias 16 de Fev de 2022 ES EN

O antecessor do Capitalismo é o feudalismo, sistema esse que era baseado na servidão, quase que completamente rural e autossustentável, onde o trabalhador rural era servo dos senhores feudais (donos das terras). Com o passar do tempo, os feudos começaram a se abrir, e observando a necessidade de comércio entre eles, se viu necessária a criação de uma nova classe social de comerciantes, estes que começaram a acumular capital e se enriquecer, chamados Burgueses, donos dos burgos (centros de comércios). E para guardar o dinheiro desses ricos comerciantes, surgiram os bancos, que passaram a emprestar recursos aos mesmos.

Com isso, temos o início do mercantilismo, a primeira fase do capitalismo, que se baseava na exploração de colônias da América e da África por países europeus. Se pautava que a riqueza era dependente dos recursos naturais e riquezas já disponíveis no mundo, percebe-se que o sistema colonial era a base do mercantilismo, no entanto, com as lutas pela independência de muitos países, isso começou a se tornar um problema para esse sistema econômico. Pensando em um sistema que não dependesse inteiramente do sistema colonial, surge o capitalismo com a primeira Revolução Industrial, construindo as primeiras indústrias na Inglaterra em 1760.

No final do mesmo século, surge com a indústria, o pensamento liberal, onde o Estado inicia um processo de desregulamentação, permitindo o livre comércio e sem a intervenção estatal, a lei que passa a gerir o mercado é a lei da oferta e da procura. Em 1860 teve início a segunda Revolução Industrial, onde o mundo inteiro dá início a corrida da industrialização. Nesse momento, ocorreu a união entre banqueiros e industriais, essa união ficou conhecida como capitalismo industrial, se transformando posteriormente em capitalismo financeiro, os valores dos produtos já não respondiam às condições de vida dos assalariados.

Milhares de pessoas viviam em situações deploráveis, aglomeradas em pequenos espaços, com a ausência de saneamento básico, esses eram um dos vários problemas de infraestrutura presentes nas cidades. "Os trabalhadores se submetiam a 16 horas exaustivas de trabalho por dia, sem distinção de mulheres, homens ou crianças. Não havia direitos básicos e eram mal tratados e caso alguém se machucasse, era afastado e não recebia dinheiro para seu sustento ou auxílios. As mulheres recebiam a metade do que os homens recebiam, mesmo trabalhando a mesma carga horária, além de possuírem o trabalho com os cuidados de casa também."

O Socialismo surge com a proposta de socialização dos meios de produção, como uma solução para a opressão e dominação imposta pelas classes dominantes. Já o capitalismo, por meio do incentivo ao consumo e o uso da mídia para reproduzir propagandas consumistas, o ser humano é incentivado a consumir mais do que realmente precisa. Em seu estado natural o ser humano coleta da natureza tudo aquilo que ele precisa para sobreviver, logo, sua natureza não está ligada ao consumismo. No capitalismo o consumo é sinônimo de felicidade e bem-estar, até mesmo de status e prestígio hoje em dia na sociedade, seu reconhecimento vem pelo que você tem, não pelo o que você é. Com a grande demanda, nascem diversos problemas ecológicos que geram emissão de gases poluentes, degradação e devastação ambiental, poluição geral e consequentemente, a destruição de ecossistemas.

Além de que distúrbios são criados pela compulsão de comprar coisas que são muitas vezes fúteis. De acordo com Bauman no livro "Vida Para Consumo: A Transformação das Pessoas em Mercadoria": "Na sociedade de consumidores, ninguém pode se tornar sujeito sem primeiro virar mercadoria, e ninguém pode manter segura sua subjetividade sem reanimar, ressuscitar e recarregar de maneira perpétua as capacidades esperadas e exigidas de uma mercadoria vendável". Ele descreve as relações pessoais como líquidas e instáveis, baseadas no consumo já que ele não é mais algo apenas para a sobrevivência, mas sim, como um organizador da vida social influenciando outros aspectos da vida.

Ser consumista é bem diferente de ser consumidor. Na sociedade, não somos apenas consumidores, mas também somos um produto. Para podermos comprar, primeiro temos que ser o produto, vendemos diariamente nossa mão de obra, nosso trabalho, nossas horas. Você vende seu trabalho em troco do salário, para comprar produtos, alguns por serem necessário para sobrevivência e outro apenas por querer.

As indústrias não estão preocupadas com nosso bem-estar, estão preocupadas somente com a venda, um exemplo que pode ser dado, é quando você faz um simples chá, daquele pé de hortelã que você tem em casa, por estar frio ou pegou uma chuva e quer beber algo quente. A indústria do chá que você compra, está dando pouca importância para você ou para sua saúde, eles só querem que seus produtos sejam consumidos, querem que você gaste com os produtos deles. Eles fazem propaganda da marca, um enorme marketing, em comerciais de televisão, outdoors, anúncios em redes sociais. Mas a única coisa pelo qual eles se importam, é o seu dinheiro, é lucrar. Para eles poderem ter casas enormes, carros caros, o último modelo de celular, querem lucro para serem consumistas.

Basicamente, o consumismo é algo desnecessário, criado como efeito colateral do capitalismo, pois o ser humano em seu estado de natureza não tem esse tipo de comportamento, logo, isso é um problema social grave, que causa problemas tanto físicos quanto mentais, e, também, problemas ambientais, ao serem usados recursos que causam grande produção de poluição, desmatamento, além da degradação da fauna e flora, e, se tudo isso causa tantos problemas à população, então será que realmente temos um sistema que pensa no melhor à vida humana, ou o melhor para o comércio e o desenvolvimento de capital?

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