Financiadores do Caos - Os Bolsoagros

8 de Janeiro 22 de Jan de 2023

Saudações Brasil, saudações Yanomamis, saudações Xavantes, saudações Mundurukus, saudações Kayapós, saudações tantas outras etnias indígenas brasileiras que ainda resistem.

Nós sabemos quem financia o genocídio de seus povos. Não iremos tolerar que eles continuem esse ato cruel, que foi e é alimentando com ódio pelo ex-presidente Bolsonaro. Todos sabem quais são os objetivos do agronegócio, e nós iremos expor o óbvio, eles matam vocês porque vocês são resistências, vocês resistem e enfrentam esse sistema que maltrata a diversidade, a fauna e a flora. Este sistema que faz com que eles percam os princípios naturais de sobrevivência, e os tornam máquinas que dão ainda mais vida ao sistema, ainda que eles sejam todos cultos e educados. Lembremos do pai da educação, Paulo Freire, que nos ensina muito quando afirma: “QUANDO A EDUCAÇÃO NÃO É LIBERTADORA, O SONHO DO OPRIMIDO É SER O OPRESSOR”. No entanto, é nosso dever como cidadão, mostrar que estamos revoltados com esta situação, e usar a nossa voz, como ser social da área urbana ou rural, para defender nossos irmãos que vivem distantes, que muitas vezes vivem sem acesso à saúde, sem acesso à educação básica, porque existe uma classe de pessoas que fazem de seu poder financeiro mecanismos para matar a todo custo, seja com grileiros, ruralistas, ou até mesmo em casos como de Brumadinho e Mariana, onde quem mais sofre não são os frequentadores de shopping em Belo Horizonte.

Se existe algo do agro que não é pop é a sua riqueza. Eles ostentam em seus grupos e comunidades de que levantam números enormes de trabalhos para regiões, que fomentam o mercado (com esquemas muitas vezes ilegais), que são responsáveis por acordos externos, mas nós sabemos que não é assim que funciona. Vocês, agros, acumulam dinheiro para financiar campanhas de pessoas que destroem a vida, vocês são pessoas que fazem de tudo para sonegar impostos, vocês muitas vezes são acusados de trabalhos análogos à escravidão, vocês estão vivendo uma vida velada, porque a mídia não pode bater de frente com vocês. Mas nós não temos medo de vocês, nós não vamos tolerar que vocês continuem sem nenhuma consequência. Esta lista contém apenas algumas poucas pessoas e empresas que estiveram ligadas ao financiamento de ônibus, comida e acampamento para os terroristas que estiveram lá nos atos, tanto em Brasília quanto em outras cidades. Alguns empresários honram os ideais e dão as caras, outros, como sabem dos riscos que correm, apenas financiam. Há ainda outros, que sabendo que nós existimos, usam laranjas para se esconder. Mas não adianta, nós estamos em todos os lugares!

É preciso pontuar aqui que esse texto não será curto, muito precisa ser dito sobre essa estrutura que prioriza mortes por lucros. Além dos nomes que estão listados aos montes nos exposeds, temos que mostrar a você, caro leitor, que esse sistema vai muito além do que podemos ver na superfície. Aqui você vai precisar ligar os pontos, as informações não são simples. É preciso que você tenha atenção, também, para o fato de que muitas das atividades aqui descritas são garantidas por lei. Só que sabemos que nem toda lei preza pelo seu povo, nem toda política visa o bem-estar social. E nem toda história é contada como deveria. Além dos nomes de empresas e pessoas que recebemos por denúncias, foi preciso fazer um compilado de notícias, onde captamos mais alguns nomes que necessitam estar nessa lista.

Nem todo nome aqui citado é financiador direto da invasão de Brasília, alguns fizeram doações para reeleição de membros da direita do nosso país, outros estavam presentes em reuniões estranhas onde políticas foram propostas para alimentar os ganhos da classe agro. Leiam e analisem os dados pouco a pouco, procurem por ligações e estranhezas nos CNPJs e CPFs. Cabe a todos o árduo processo de análise das ações e esquemas que afetam toda a população. Se você não é um leitor assiduo, leia em partes, não pule o texto, para entender os dados, é preciso antes entender do que estamos falando. Após a compreensão do complexo mundo agro, você será capaz de achar muitas respostas nos dados que estamos disponibilizando. Ao final, também acrescentamos alguns dossiês disponíveis na internet que merecem destaque, não só pela relevância da temática, mas também pelo valioso processo de investigação e denúncia. Muito do que estamos dizendo aqui são informações disponíveis na internet, no entanto nem todos os pontos estão ligados e infelizmente nem tudo ganha destaque como deveria. Sem contar que nem toda denúncia é ouvida ou levada em consideração pelos os órgãos responsáveis, afinal o estado continua, também, ganhando muito com o avanço do agro. Cobrem por destaque dessas informações, compartilhem o que chamam atenção de vocês, encaminhem e marquem jornalistas. Isso não pode passar batido.

Começaremos por alguns nomes que fazem parte de esquemas de financiamento político que visavam a permanência de Bolsonaro no poder para garantir o aumento dos seus lucros e avanço sobre terras indígenas, além de garantir fácil acesso a armas para barrar as “invasões” de movimentos como MST. Após essa exposição, mostramos como alguns deputados que apoiaram a invasão de Brasília receberam “doações” de empresas do agro para suas campanhas, e em seus mandatos garantiram votos em medidas que flexibilizam as leis ambientais, além de apoiar vetos e/ou decretos do ex-presidente Bolsonaro. O apoio desses deputados à permanência de Bolsonaro não é à toa, é uma tentativa de garantir a máquina de lucros que é o agronegócio. Em seguida, mostramos como algumas/muitas das ações do governo Bolsonaro estão ligadas aos investimentos e supervalorização do agronegócio. Só que isso é um problema, e sabemos disso, mas você sabe por quê? É isso que mostraremos ao tentar explicar como o agro ganhou espaço nas nossas políticas para ganhar mais do que já ganham. É nessa que muitas populações como os indígenas e quilombolas sofreram e ainda sofrem pelas consequências das violentas investidas dos “agroboys”. Além da violência social cometida por esses, suas ações se somam a desastres ambientais, problemas sociais e de saúde pública. É com tristeza, mas também com revolta, que mostramos como todos esses pontos estão ligados com um único intuito: que o agro lucre mais para continuar financiando políticos. É um ciclo vicioso que se retroalimenta enquanto degrada mais e mais a nossa sociedade.

Lista das Grandes Empresas Financiadoras

A partir da lista das 100 maiores empresas do agronegócio, segundo a Forbes, identificamos aqueles que estão relacionados direta ou indiretamente com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Deixamos os dados completos ao final do texto. Aqui, é importante frisar que não foram só os “pequenos” empresários das suas cidades, como o caso das empresas de Rio Verde - GO que expomos ao final. A participação das grandes corporações é e sempre será a maior parte dos problemas, pois são eles que garantem a manutenção da grande máquina de sofrimento. São eles quem aceitam e integram o absurdo, como o trabalho análogo à escravidão, que algumas dessas empresas realizam e que até hoje não foram devidamente punidos. A negligência do estado e da justiça é de grande revolta se você entende que sem eles, a coisa poderia ser resolvida mais rapidamente. Alguns nomes aqui citados foram apoiadores explícitos da política bolsonarista em suas redes sociais. Outros tiveram o privilégio do acesso e encontro com o Ministério do Meio Ambiente, onde ao invés de pensarem em reduções dos danos ambientais, elaboraram projetos de leis que diminuem o custo de produção e, consequentemente, aumentam os lucros.

Das 100 empresas listadas pela Forbes, 35 possuem presidentes bolsonaristas. A receita dessas empresas varia de R$ 120,6 bilhões a R$ 1,4 bilhões. Muitas delas tiveram uma expansão de faturamento em plena pandemia. Não é atoa que Rubens Ometto, dono da Cosan aqui exposta, por exemplo, doou cerca de R$ 1,85 milhões para campanhas eleitorais de aliados do ex-presidente Bolsonaro. A empresa Minerva Foods é uma das três empresas que mais tem (6%) emissão de CO₂, provocado por desmatamento. Airton Galinari, executivo da Coamo, teve encontros com a ex-ministrta da agricultura Tereza Cristina, usando a desculpa de pensar na produção de soja, quando sabemos que o assunto é outro. Mesmo com a “agenda lotada” o ex-presidente Bolsonaro fez visitas ao presidente da Lar Cooperativa Agroindustrial, Irineo da Costa Rodrigues, o mesmo “ser-humano” que publicou uma carta aberta em apoio as eleições de Jair. Bolsonaro também fez visita à Exposição Agropecuária na cidade de Rio Verde, cidade essa com uma lista de mais de 100 empresas responsáveis pelo financiamento direto de alimento e ônibus para a invasão de Brasília.

Outro membro da lista que recebeu visita de Jair foi o Alberto Borges, executivo da Caramuru Alimentos. Willem Bouwman, presidente da Cooperativa Castrolanda, também recebeu visita de Jair Bolsonaro e disse ser gratificante receber a comitiva do ex-presidente por ser um governo que “atua de maneira tão importante junto ao agronegócio”. As empresas Citrosuco e Louis Dreyfus Company (LDC) são umas das que possuem casos de trabalho análogo à escravidão. O presidente da Copagril, Ricardo Sílvio Chapla, foi um dos que declarou publicamente apoio à Jair Bolsonaro, pois de acordo com ele, é preciso manter a “liberdade do povo” e as “facilidades para o empreendedorismo e o desenvolvimento do país”, adquiridos durante o governo Bolsonaro. Nós sabemos muito bem que facilidades são essas. Nós sabemos também, que ele desconhece o que significa liberdade. São muitas as relações que essas empresas e executivos listados possuem com o desgoverno bolsonarista. Confira os nomes no nosso exposed e faça as devidas pesquisas para poder encontrar todas as ligações entre o setor e os crimes cometidos.

Os 8 principais doadores da campanha de reeleição do Bolsonaro

Os nomes aqui citados, expostos pelo Congresso em Foco , foram responsáveis por financiar parte dos R$ 71 milhões da campanha de reeleição do ex-presidente Bolsonaro. A reportagem expõe que pelo menos 33 nomes são do agronegócio e cada uma dessas pessoas físicas fizeram transferências com valores entre R$ 130 mil a R$ 3 milhões.

Hugo de Carvalho Ribeiro, R$ 1,2 milhões; Cornélio Sanders, R$ 1 milhão; Oscar Luiz Cervi, R$ 1 milhão; Hilário Renato Piccini, R$ 300 mil; Gilson Mueller Berneck, R$ 150 mil; Celso Gomes dos Santos (Celso Bala), R$ 500 mil ; Antonio Chavaglia, R$ 210 mil e Welington Zucato, R$ 200 mil. Deixamos aqui um breve resumo desse nomes. Ao final da matéria, você pode conferir a análise um pouco mais detalhada de quem são essas polêmicas figuras.

O primeiro deles é Hugo de Carvalho Ribeiro, membro da família Maggi, sócio da Amaggi. Ele é um dos principais financiadores da campanha bolsonarista. Além disso, a empresa no qual é socio é investigada por desmatamento. O fundador André Maggi, já foi investigado em um episódio de escravidão moderna no município de Aripuanã em MT.

Em segundo lugar, temos Cornélio Adriano Sanders, fundador do Grupo Progresso, empresa do setor do agronegócio. Grande financiador de bolsonaro que doou mais de R$1 milhão de reais para sua campanha. Em 2006 foi denunciado pelo MPF, após trabalhadores em condições análogas a escravidão serem encontrados em sua Fazenda Progresso, no Piauí.

Em terceiro lugar, temos Oscar Luiz Cervi, que aparece como o nono no ranking de doadores a Bolsonaro, com doações de mais de R$1 milhão. Dono do grupo Cervi, que é um dos maiores produtores de grãos do país, e acaba sendo um dos principais fornecedores de soja para a multinacional Bunge. Cervi, possui mais de 4 multas por desmatamento de 11,6 mil hectares, equivalente a 622 campos do Maracanã, entre 2003-2005 na região de São José do xingo/MT.

Em quarto lugar, Hilário Renato Piccini, presidente da Aprosoja, associação na qual MPE o está investigando por prejudicar o cumprimento de decisão judicial que determinou o armazenamento da soja plantada, em período proibido, em silos indicados pelo (Indea). Quando os fiscais solicitaram acesso ao local, o produtor negou. Somente após ser notificado, Piccini autorizou a entrada dos fiscais, que constaram que a soja foi indevidamente misturada com outros produtos depositados.

Em quinto lugar, temos o empresário Gilson Mueller Berneck, dono da conhecida indústria madeireira Berneck. Em 2007, uma fazenda da empresa no Mato Grosso foi alvo de uma operação do grupo especial de fiscalização móvel de Combate ao Trabalho Escravo, que libertou 47 trabalhadores (incluindo duas mulheres) que trabalhavam sem receber salário regular há dois anos. Após essa operação, a Berneck foi obrigada a pagar R$ 264 mil para rescindir o contrato e pagar os danos morais. Berneck também financiou a campanha de reeleição de Bolsonaro com R$ 100 mil. O presidente é visto como um “amigo” dos interesses dos madeireiros. Em 2012, Berneck também apareceu na lista do MPF do Mato Grosso, como um dos “proprietários” de fazendas com áreas embargadas pelo IBAMA (em razão de desmatamento da Floresta Amazônica e /ou outros ilícitos ambientais) que movimentaram gado bovino para abate” na região e que comerciavam com importantes frigoríficos e abatedouros do país.

Em sexto lugar, Antônio Chavaglia, que é presidente da Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo). Chavaglia é produtor de soja e milho. Já foi o líder cooperativista mais votado do Brasil em 2003. Chavaglia também é um forte apoiador de Bolsonaro e também contribuiu em sua campanha. Além disso, foi um dos impulsionadores mais fervorosos em Rio Verde nas ondas do extremismo bolsonarista.

Em sétimo lugar, temos Celso Gomes dos santos (Celso Bala), ele foi um dos primeiros doadores da campanha de Bolsonaro. Celso é pecuarista em Rondonópolis e Alta Floresta, em Mato Grosso, e considerado o "Rei do Gado” na região. De acordo com InfoAmazonia e dados do projeto Data Fixers, o fazendeiro tem quatro registros de infrações por desmatamento e armazenamento irregular de agrotóxicos em Alta Floresta (MT) e Nova Monte Verde (MT). As multas, aplicadas em 2014 e 2020, somam R 552 mil e os processos aguardam julgamento. Em Nova Monte Verde, as multas foram aplicadas por conta do armazenamento de produtos nocivos à saúde humana e ao meio ambiente em desacordo com as exigências legais na propriedade Fazenda Agrocondor.

Em último lugar, temos Wellington Brasil Zucato, um importante pecuarista e produtor rural da região de Pedra Preta/MT. Welington tem em seu histórico 51 processos indexados até então, sendo 16 processos no Estado do Mato Grosso, além de 14 processos no Estado de Pará e Amapá. Desses processos, a Fazenda Nacional foi a parte que mais apareceu, totalizando 4 ou mais processos, seguida pelo Ibama com mais de 10 processos. Zucato sempre foi um grande apoiador do bolsonarismo e durante nossas análises, pudemos constatar movimentações financeiras para pessoas já expostas no financiamento de ônibus e alimentação para bolsonaristas, o que lhe coloca como mais um financiador da tentativa de golpe tramada pelos bolsonaristas.

Frente Parlamentar da Agropecuária no golpe pela Terra

Alguns deputados eleitos e ex-deputados fizeram questão de ir até a rede social apoiar ou diminuir os crimes da invasão de Brasília no dia 8 de janeiro. Não curiosamente, alguns nomes são os que recebem um bom dinheiro do agro para suas campanhas de eleição e/ou reeleição. Não curiosamente, também, é a mesma frente que participou de reuniões um tanto suspeitas no Ministério do Meio Ambiente de Bolsonaro.

O deputado federal e atual presidente eleito da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Pedro Lupin (PP-PR), foi até seu Twitter dizer que é legítima a “manifestação” da população brasileira, e que ele “respeita” a divergência de opiniões. Curiosamente (ou não), Lupin é bisneto de Moyzés Lupin, cabeça do maior esquema de grilagem da história do Brasil. Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo Bolsonaro na Câmara, incitou o golpismo na CNN, duvidou da confiabilidade da urna e complementou dizendo que “são brasileiros de cara limpa”. José Medeiros (PL-MT), além de ser defensor do garimpo ilegal, recorreu ao Twitter para ameçar Alexandre de Moraes. Disse que ele devia “baixar a bola” ou as coisas iriam piorar já que quem tem o verdadeiro poder é o povo. Esse apoio aos atos criminosos durante a invasão de Brasília não são meras ações de quem faz parte da extrema direita do governo, na verdade são apoios que garantem o dinheiro no final do mês.

A mesma FPA declarou apoio à reeleição de Bolsonaro e dentre as justificativas, ditas por Sérgio Souza (MDM-PR), o intuito era seguir o caminho da fé e da “redução do custo de produção, e que alimentos de qualidade cheguem à mesa do cidadão brasileiro”. Nessa afirmação temos uma mentira e uma verdade. Realmente muitos custos de produção foram reduzidos com as felxibilizações de leis, aumento do número de agrotóxicos e os decretos assinados por Bolsonaro, como iremos explicar mais a fundo abaixo. A mentira de “que a comida está chegando no prato dos brasileiros”, coisa que sabemos ser uma inverdade se recuperarmos a informação de que 19,1 milhões de pessoas passaram fome em 2020. Na mesma ocasião, Tereza Cristina, ex-ministra e que já foi presidente da FPA, declarou que não tinha dúvidas de que o Bolsonaro é o melhor presidente do país além de ser aquele que mais apoiou o agro brasileiro.

Tereza, quando deputada federal pelo DEM-MS e presidente da FPA, apoiou ideias como a liberação de agrotóxicos e atacou povos tradicionais e pequenos produtores. Bom, não é à toa que ela diz que Bolsonaro é o “melhor presidente”, afinal foi ele quem garantiu o que ela tanto desejava: aumentar o espaço do agro. O que se destaca na questão Tereza Cristina, é o fato de um dos “doadores” da sua campanha de deputada em 2014 ser a empresa Adecoagro, que investiu R$ 600 mil na carreira promissora que ela viria trilhar na defesa dos absurdos do agronegócio.

POR QUE ELES DEFENDEM?

Uma das questões que mais se destaca em meio a esse caos, é a aceitação das políticas e leis aprovadas pelo último governo. Aqui tentaremos entender como tudo isso foi possível e porque eles defenderam essa necropolítica. Se considerarmos todos os 91 deputados que mais votaram e propuseram projetos contrários ao meio ambiente e povos do campo, 74 são da bancada da bala. Destes 74, 30% (ou 22 parlamentares) receberam R$ 20 mil ou mais de empresários ligados ao agronegócio para financiar suas campanhas em 2018. Quanto mais negativa foi a atuação de um deputado com relação à agenda socioambiental, maior a possibilidade de ele ter contado com dinheiro do agro para se eleger. Os dados disponibilizados pelo Repórter Brasil mostram que os interesses da bancada da bala se misturam com os da bancada ruralista. Isso se deve, em parte, à herança do pensamento da ditadura militar e de teorias conspiratórias, mas não só. Através dos financiamentos de campanha, o agronegócio vem conseguindo conquistar o apoio desses parlamentares para suas causas.

Como exemplo, temos o caso do deputado bolsonarista José Medeiros (PL-MT), onde em 2018, o político recebeu R$ 150 mil de Elizeu Zulmar Maggi Scheffer, primo de Blairo Maggi, o “rei da soja” e ex-governador do Mato Grosso. Na campanha atual, Carolina Scheffer – mulher de Elizeu – doou R$ 200 mil ao ex-policial. O casal é também o principal doador da campanha de Jair Bolsonaro à reeleição. Elizeu é sócio da Scheffer Agropecuária, companhia com capital social declarado de R$ 450 milhões. O empresário e sua família têm vasto histórico de infrações ambientais. Em 2010, um incêndio destruiu 104 hectares de fazenda da sua empresa, o que rendeu uma multa da Secretaria de Meio Ambiente do Mato Grosso – a punição é questionada na Justiça. Seu irmão Eraque Maggi Scheffer já foi multado por destruição da flora na Fazenda Iguaçu, em Rondonópolis (MT), e teve a propriedade embargada. Outro irmão, Eraí, foi alvo de dois embargos na Fazenda Cachoeira em 2008 – um deles por “impedir a regeneração natural da vegetação”, segundo o Ibama.

Outro deputado da bancada da bala que também teve sua campanha financiada por um megaempresário do agronegócio é o coronel João Chrisóstomo de Moura (PL-RO). No pleito de 2018, o coronel recebeu R$ 45 mil – 90% de toda sua verba – da campanha do candidato a senador Jaime Maximino Bagattoli (PL-RO), um dos maiores produtores de soja de Rondônia. O bolsonarista tentou novamente uma vaga no Senado nas eleições de 2022. Bagattoli já teve suas propriedades autuadas pelo Ibama quatro vezes por infrações ambientais e, em duas ocasiões, foi alvo de embargos – em um dos casos, por desmatamento ilegal. Bagattoli tem presença constante em reuniões e audiências públicas para discutir a regularização fundiária em Rondônia, pauta que ele e Chrisóstomo compartilham.

Entre os deputados do agro, temos o deputado Major Vitor Hugo (PL-GO), financiado pelo agronegócio, agora disputa o governo de Goiás. Até o momento, o principal doador individual de Vitor Hugo é o candidato a senador Wilder Morais (PL-GO), proprietário da Girassol Agropecuária e de três mineradoras, que doou R$ 95 mil. Na sequência aparece Maycon Henrique Tombini, dono de uma fazenda de soja e de armazéns, que destinou cerca de R$ 67 mil à campanha do bolsonarista. Por fim, fica evidente a correlação do agronegócio com o bolsonarismo o que justifica a defesa e como foi possível a aprovação de leis de destruição ambiental, visando os interesses de particulares partindo de uma politica de trocas de favores.

As reuniões secretas com grandes empresas

São várias as irregularidades que podemos encontrar nos nomes daqueles que são ou foram membros da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), mas o que nos chamou atenção foram os dossiês do “De Olho nos Ruralistas”. Disponibilizamos alguns dos materiais ao final do exposed, mas convidamos você a da uma passada por lá depois. Dando continuidade ao nó de pessoas, empresas e esquemas, temos as mais de 709 reuniões no Ministério do Meio Ambiente. O esquema é muito bem distrinchado no dossiê III, faremos aqui um rápido resumo. O Ministério do Meio Ambiente se reuniu com empresas privadas (466 vezes) e com organizações do agronegócio (144 vezes) de janeiro de 2019 a agosto de 2022. Os membros do FPA foram recebidos 99 vezes, além de estarem presentes em outras ocasiões. Um ponto interessante é que 16 reuniões com o Mapa (Ministério da Agriculta, Pecuária e Abastecimento) não constam na agenda oficial, dados esses que só foram obtidos a partir da Lei de Acesso à Informação, o que mostra o indicio de que eles tentaram esconder tais encontros. De acordo com o dossiê a empresa Syngenta teve 81 reuniões; a JBS, 75 e a Bayer com 60 encontros. Não surpreendentemente, no mesmo período, ocorreram apenas 2 encontros com movimentos socias. Não surpreenndemnte, também, a JBS teve um crescimento do faturamento em 32% de 2019 para 2020, recorde de R$ 270,2 bilhões em plena pandemia.

É alarmante a diferença de atenção e poder de influência dado à setores da sociedade que influenciam diretamente nas questão ambientais, socias e ecônomicas do país. Foram nessas reuniões “secretas”, que eles construiram todas as flexibilizações de leis, como por exemplo o desmonte dos orgãos responsáveis pela fiscalização ambiental. Enquanto Ricardo Salles afirmava para passar a boiada e Bolsonaro declarava que não se deve permitir que o Ibama aplique multas, o agronegócio e as mineradoras foram ganhando espaço territorial e crescendo seus lucros em cima do sofrimento e dor de milhares de brasileiros. O lobby de empresas formado com auxilio e permissão de acesso no governo Bolsonaro é a razão para a participação do agronegócio ter subido 30% no PIB brasileiro em 2020. Ao mesmo tempo que mais de 100 moradores de terras indigenas morreram por garimpo ilegal em 2021, que 46% do território Yanomami foi invadido por mineração ilegal e 55% da pupalação não se alimentaram adequadamente em 2020. É inegável que quanto mais o agro avança, mais pessoas passam por fome, doenças e inseguranças sociais que são devastadores em nível psicológico, físico e ambiental. Não cabe ao mercado pensar na questão do abastecimento e em questões pública, essa é uma responsabilidade do estado. Deixar na mão de empresas questões que alimentam as desigualdades sociais é permitir que eles aumentem ainda mais as violências da lógica ultraliberalista e alimentem mais o desequilíbrio social.

AS CONSEQUÊNCIAS DO GARIMPO

Ao mesmo tempo em que trabalha para beneficiar cooperativas e grupos criminosos que atuam no garimpo ilegal na Amazônia, Bolsonaro mantém os incentivos às grandes mineradoras e atende aos interesses do MDB na composição de cargos da Agência Nacional de Mineração (ANM). Na sua articulação pelo avanço do garimpo, Bolsonaro teve o apoio do Grupo de Trabalho da Mineração na Câmara dos Deputados, cujo relator, Joaquim Passarinho (PL-PA), defendeu a exploração mineral em terras indígenas. Enquanto a lei não era sancionada, o presidente assinou oito decretos que beneficiaram pequenas e médias mineradoras e facilitaram o garimpo ilegal. Entre eles, está o nº 10.965, de 11 de fevereiro de 2022, que prevê que a ANM estabeleça “critérios simplificados para análise de atos processuais e procedimentos de outorga”, principalmente no caso de empreendimentos de pequeno porte.

A normativa beneficia garimpeiros e a indústria de construção civil, que se utiliza de minerais como argilas, cascalhos, brita, calcário, cálcio e rochas ornamentais. Durante o governo Bolsonaro, houve um aumento de 334% na área de mineração destinada ao garimpo de ouro e estanho nas terras dos Munduruku, no sudoeste do Pará. Os dados são provenientes da plataforma Mapa Biomas e foram compilados com exclusividade pelo De Olho nos Ruralistas para o relatório “As Veias Abertas”, também disponível ao final do texto. Nas terras Munduruku, no Pará, a exploração ilegal de minerais tem provocado uma série de problemas para a etnia, como a contaminação de rios, peixes e pessoas por mercúrio, além de ampliar os conflitos por terras. O que afeta diretamente a alimentação e a vida social do território. Foi em Roraima, em outubro de 2021, que Bolsonaro se tornou o primeiro presidente da República a visitar uma área de garimpo ilegal, localizada dentro da terra indígena Raposa Serra do Sol. Ali, perante dezenas de garimpeiros, ele defendeu a aprovação no Congresso do Projeto de Lei (PL) nº 191/2020, de autoria do Poder Executivo, que estabelece condições simplificadas para a pesquisa e a lavra de recursos minerais em terras indígenas.

O principal articulador junto ao governo Bolsonaro é o deputado ruralista Evair de Melo (PP-ES), que chama a atenção pela interlocução com o setor minerário. O deputado bolsonarista, que costuma receber doações do agronegócio, obteve R$ 30 mil de Gustavo Probst, um dos diretores da Colores Mármores e Granito, exportadora de rochas ornamentais. Além de liberar a mineração e o garimpo em terras indígenas, retirando o poder de veto dos povos originários – a Constituição e acordos internacionais são meros detalhes – Bolsonaro vai ainda além do que desejava o projeto base de 1996 de Romero Jucá, o genocida dos povos Yanomami de acordo com a Comissão da Verdade. Em uma das muitas declarações de apoio à atividade predatória, disse em 2021 que “não é justo, hoje, querer criminalizar o garimpeiro no Brasil”. Logo depois, em mais um ataque de sinceridade, contou a origem da sua simpatia aos criminosos ambientais: “Não é porque meu pai garimpou por um tempo. Nada a ver”, emendou. "
Em novembro de 2020, Bolsonaro reafirmou que a Terra Indígena Yanomami não deveria existir. Repetindo um argumento mentiroso utilizado por ruralistas, disse que a demarcação de terras ancestrais ameaçava o agronegócio e se vangloriou de não ter dado sequência a processos demarcatórios em seu governo.

Os garimpeiros enviaram um ofício à ex-ministra Damares Alves, um pedido de inclusão do grupo entre os Povos Tradicionais. O documento é assinado pela Federação Brasileira da Mineração (Febram). Os pecuaristas levaram ao ministério um laudo sobre uma possível contenda no Bioma Pampa, entre os criadores de gado e produtores de soja.

Em 11 de fevereiro de 2022 o Presidente Bolsonaro publicou um decreto estabelecendo o Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Mineração Artesanal – Pró-Mape, que visa “estimular” a garimpagem “com vistas ao desenvolvimento sustentável”. Na verdade, o que seria estimulado não é nem “artesanal” nem “desenvolvimento sustentável”. A visão da garimpagem sendo feita ao nível individual é hoje, em grande parte, mitológica: a exploração “garimpeira” na Amazônia geralmente está sendo feita com máquinas e infraestrutura caras, a atividade sendo comandada por empresários. O crescimento dos focos de garimpo ocorre num momento em que o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostra uma alta nos índices de destruição na Amazônia e teve seu trabalho contestado pelo presidente, para quem a divulgação de dados de desmatamento pode prejudicar o país em negociações internacionais.

A atividade foi monitorada em três das terras indígenas brasileiras que mais sofrem com garimpos ilegais de ouro: a Kayapó, a Munduruku (ambas no Pará) e a Yanomami (em Roraima e no Amazonas). Somados, os três territórios ocupam uma área equivalente à do Estado de São Paulo e abrigam alguns dos trechos mais preservados da Amazônia brasileira. Nos três territórios monitorados, houve um aumento das manchas que indicam a ação de garimpeiros. O fenômeno ocorreu tanto em garimpos antigos, alguns criados há mais de uma década, quanto em garimpos recentes. Enquanto era deputado federal e quando concorria à Presidência, Bolsonaro disse várias vezes ser favorável à exploração econômica desses territórios para melhorar as condições de vida das comunidades indígenas. Em abril, ao receber um grupo de indígenas de Roraima favoráveis à mineração, o presidente afirmou que "o índio não pode continuar sendo pobre em cima de terra rica. Segundo Sônia Guajajara, porém, a grande maioria das comunidades indígenas brasileiras é contrária à regulamentação da atividade por temer seus impactos sociais e ambientais.

Além da derrubada de árvores, a atividade provoca assoreamento de rios, desvia cursos fluviais e cria lagos artificiais que servem como criatórios de mosquitos. Não por acaso, a malária é comum em zonas de garimpo na Amazônia. Em algumas áreas reviradas pelas máquinas, os danos são permanentes, sem possibilidade de regeneração completa. Outro problema é a poluição com mercúrio, usado por garimpeiros para facilitar a aglutinação de grãos de ouro. Quando despejado nos rios, o mercúrio contamina peixes e quem se alimenta deles, alojando-se em toda a cadeia alimentar. Por ordem do ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, o orçamento anual do Ibama - principal agência ambiental federal - foi reduzido em R$ 89 milhões neste ano, um quarto do valor total. Em 2012, o próprio Bolsonaro foi multado em R$ 10 mil pelo Ibama por pescar em uma área de proteção ambiental em Angra dos Reis (RJ). A multa foi anulada em dezembro de 2018, poucos dias antes de Bolsonaro assumir a Presidência.

O incêndio é um dos meios mais utilizados pelos agricultores na devastação da floresta, além da utilização de grandes tratores para derrubar árvores maiores. Os criminosos também usam o fogo, que pode limpar totalmente a área, se alastrar e atingir outras partes da floresta, onde árvores morrem e emitem carbono, causando um desequilíbrio na biodiversidade.
De acordo com o agrônomo Gerd Sparovek, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, e coordenador do Laboratório de Planejamento de Uso do Solo e Conservação (Geolab), afirma que no Brasil existem “áreas abertas suficientes para atender à demanda esperada de produtos agropecuários do país pelos próximos 50 anos, pelo menos”. Porém, o Brasil é responsável pela perda de 1/3 das florestas do mundo todo, segundo um relatório do Global Forest Watch (GFW). Os dados mostram que o desmatamento ocorre desde para fins de agricultura até os incêndios nas matas para exploração de madeira.

Em uma das suas transmissões, Bolsonaro afirmou ser um bom negócio investir no agro para garantir carne de segunda a domingo “desde que tenha à disposição para a gente comprar, obviamente, e recursos para tal”. Na fala, fica claro que a carne não é para todos, que o investimento é em empresas e não em pessoas. A questão é, como ele garantiu tais investimentos? A resposta está nas leis, decretos e vetos, isso sem considerar os cargos e instituições estratégicas que ele deu livre acesso à ruralistas, permitindo assim normas autoritárias que legalizam a mineração, o garimpo e o lobby rural.

Tanto na Declaração Universal dos Direitos Humanos, como na Constituição do Brasil, está assegurado o direito humano à alimentação adequada. Mas, desde o início do mandato do ex presidente, o Planalto tem dado pistas de que não se preocupa com o assunto. Prova disso foi a extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (CONSEA) por Medida Provisória no primeiro dia de governo Bolsonaro.

Além do enfraquecimento de diversas políticas públicas, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), no ano passado, o presidente da República vetou quase todos os artigos do Projeto de Lei 735/20 (atual Lei Assis de Carvalho), que havia sido aprovado por unanimidade no Congresso Nacional e beneficiaria a agricultura familiar, segmento responsável por garantir cerca de 70% dos alimentos que chegam nas mesas dos brasileiros. Com os vetos presidenciais, a Lei já nasceu “letra morta”.

Segundo estudo produzido pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), as isenções fiscais e a redução de impostos concedidos às empresas que produzem e vendem agrotóxicos no Brasil, somam quase R$10 bilhões por ano de benefício e incentivo. Sem contar que, ainda em 2020, o agronegócio bateu mais um recorde: foram 493 novos agrotóxicos aprovados para uso nas lavouras brasileiras, muitos, inclusive, já banidos em outros países pelo alto potencial toxicológico.

O presidente Jair Bolsonaro sancionou com vetos a Lei 14.421, de 2022, que facilita a captação de recursos para o setor rural. O texto é resultado da medida provisória (MP) 1.104/2022, aprovada em junho por deputados e senadores. Entenda mais: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/07/21/sancionada-com-vetos-lei-que-facilita-captacao-de-recursos-para-o-setor-rural

REVOGAÇO DO LULA

Dentre as principais medidas do novo governo, a revogação e reconstrução de planos de ação e fundos governamentais estão entre as principais ações dos primeiros 20 dias de Lula. A reativação do Fundo Amazônia, paralisado em 2019 com mais 3 bilhões em caixa, doados por países europeus compromissados com o impacto da Amazônia, reconstrói as políticas de proteção ambiental do país. Compromissado com as mudanças e impactos ambientais, o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) foi retomado. Pendente de detalhamento, o mesmo decreto prevê planos para todos os demais biomas. Os exorbitantes números de desmatamento, revelam a necessidade da retomada do plano, criado em 2004, responsável pela queda de 83% do desmatamento até 2012.

O negligenciação da fiscalização ambiental, era causado pela inexistência de multas, devido à retirada de poder fiscal dos agentes ambientais por Ricardo Salles. Com a reorganização ministerial, a prescrição de R$ 18 bilhões em multas do Ibama não ocorrerá, incluindo a reescrita das regras de conversão de multa, limitando as brechas que possibilitavam a fuga da penalidade. Nos primeiros momentos de governo, os discursos foram convertidos para atos de reconstrução da governança ambiental no país. Ainda falta muito, porém, há algo inegável - Lula fez em 20 dias, algo que o Bolsonaro destruiu em 4 anos. Antes que vocês venham aqui dizer que somos apoiadores do novo governo, é preciso lembrar que seguimos o ideal anarquista, logo não acreditamos no estado. Se citamos o Lula, é porque ele, diferente do Bolsonaro, está olhando para o imenso desastre que é as consequências do amplo espaço que o agronegócio ganhou com o desgoverno Bolsonaro. E isso não quer dizer que não estamos atentos e não seremos vigilantes do novo governo.

Conclusão

Muito foi dito até aqui e ainda sim não nos parece suficiente para explicar o quanto o agro é tóxico. Tudo parece insuficiente na tentativa de explicar como o desgoverno Bolsonaro acabou com tudo que levamos anos de luta para construirmos. É revoltante parar para ver os números dessas empresas e empresários, enquanto muitos estão morrendo por fome e doenças. É lamentável ver o que eles fizeram com nossas matas a partir da invasão de territórios e desmatamentos. É ainda mais revoltante ver como tudo está encrustado até os dentes do nosso sistema. É preocupante perceber que muito do que eles fizeram é irreversível e pode levar anos e/ou séculos para recuperar o mínimo para o bem-estar social. Os dados que expomos a seguir servem para que vocês saibam onde procurar, para que vocês consigam seguir o dinheiro, para que vocês saibam o que cobrar e a quem cobrar. Apesar do revogaço já iniciado pelo novo governo, sabemos muito bem que muitas das figuras aqui citadas ainda compõem os órgãos do estado. É preciso atenção redobrada para esses nomes.

Estamos de olho em tudo que vocês estão fazendo ou deixando de fazer. Estamos em todos os lugares e nenhuma dessas injustiças passarão despercebidas por nós. Nos últimos dias, acompanhamos a exposição de tristes imagens de Yanomamis que sofrem por todo esse caos sistemático alimentado pelo governo Bolsonaro. Precisamos cobrar e lutar ao lado desses povos que são os mais atingidos quando falamos de agronegócio. Precisamos falar e lembrar o que significa reforma agrária e por que ela é tão importante para tentar solucionar minimamente problemas tão profundos da nossa sociedade. Precisamos cobrar mais e mais pela demarcação de terras indígenas. Precisamos ouvi-los com atenção e oferecer ajuda ao que for solicitado. Pesquisem, leiam, analisem, perguntem e duvidem, nada que é posto é confiável. Sem a construção da consciência social, a partir da busca pelo conhecimento, a revolução não será viável.

Nós estamos em todos os lugares.
Nós fazemos o seu pão.
Nós entregamos sua encomendas.
Nós somos Anonymous.
Nós somos EterSec!

Dossiê Agro:

Lista com os Exposed:

Leia mais e construa esse conhecimento:
https://forbes.com.br/forbesagro/2021/03/as-100-maiores-empresas-do-agronegocio-brasileiro-em-2020/
https://issuu.com/jornalcana/docs/procana_320/s/11256194
https://www.istoedinheiro.com.br/dono-da-cosan-sobe-no-ranking-de-doadores-e-beneficia-ex-ministros-de-bolsonaro/
https://br.financas.yahoo.com/noticias/em-reunião-com-bolsonaro-empresários-213444165.html
https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:Jd1kPL044qgJ:https://conservadorespaulistas.com.br/blog/inicio-de-um-novo-ciclo-no-governo-bolsonaro&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
https://dialogochino.net/pt-br/nao-categorizado/35891-empresas-brasileiras-vendem-carne-ligada-ao-desmatamento-para-china/
https://www.bocasanta.com.br/index.php?p=YWxyb3RsaXMvbWlyb3RhaUB6aHo6666YWQ9Njk5NTMzJmx1bW90ZV9vZGFjaWU9MjA5OQ
https://www.revistanovafase.com.br/post/7910/Presidente+Bolsonaro+com+lideres+cooperativistas+do+PR
https://operamundi.uol.com.br/politica-e-economia/76051/relatorio-denuncia-lobby-do-agronegocio-no-governo-bolsonaro
https://www.suinoculturaindustrial.com.br/imprensa/lar-cooperativa-declara-apoio-ao-presidente-jair-bolsonaro/20221024-100338-b515
https://deolhonosruralistas.com.br/2022/10/28/liberacao-de-armas-beneficiou-178-empresas-do-agronegocio-aponta-dossie/
https://comigo.coop.br/noticias/info/255/1/chavaglia-participa-de-solenidade-com-bolsonaro
https://www.cooxupe.com.br/noticias/bolsonaro-defende-novos-pesticidas-e-impossivel-alimentar-o-mundo-sem-agrotoxicos/
https://itumbiara.go.gov.br/dione-encontra-com-bolsonaro-em-sao-simao-na-inauguracao-de-trecho-da-ferrovia-norte-sul/
http://www.broadcast.com.br/cadernos/agro/?id=aEFocDdxM256ejd1N1ZoS3ErNmxPZz09
https://www.agraria.com.br/noticia/4632/jair-bolsonaro-participa-do-descerramento-da-placa-
https://www.easycoop.com.br/Noticias/51840/Castrolanda-se-garante-como-referencia-do-cooperativismo
https://reporterbrasil.org.br/2020/12/grupo-de-18-trabalhadores-e-resgatado-de-trabalho-escravo-em-fazenda-de-laranja-que-fornece-para-a-citrosuco/
https://desacato.info/governo-bolsonaro-certificou-239-mil-hectares-de-fazendas-dentro-de-areas-indigenas/
https://deolhonosruralistas.com.br/wp-content/uploads/2022/08/Os-Financiadores-da-Destruicao-2022-ptbr.pdf
https://deolhonosruralistas.com.br/2022/07/20/principais-financiadores-da-bancada-ruralista-faturam-mais-de-r-147-trilhao/
https://showrural.com.br/destaques/34360/
https://www.cotrijal.com.br/noticias/ver/5596/Bolsonaro+diz+que+vai+priorizar+presença+na+Expodireto+Cotrijal
https://reporterbrasil.org.br/2022/08/fazenda-de-fornecedora-da-coca-cola-e-dos-postos-ipiranga-e-palco-de-morte-e-trabalho-escravo/
https://deolhonosruralistas.com.br/wp-content/uploads/2022/09/Os-Operadores-da-Boiada-2022-ptbr.pdf
https://midianinja.org/news/como-apelo-por-renovacao-dossie-aponta-principais-responsaveis-pela-boiada-no-congresso/
https://deolhonosruralistas.com.br/2018/10/02/artifice-do-apoio-ruralista-a-bolsonaro-deputada-do-ms-legisla-em-prol-dos-seus-financiadores/
https://www.opresente.com.br/politica/precisamos-lutar-para-manter-a-liberdade-do-povo-brasileiro-e-o-desenvolvimento-do-pais-diz-ricardo-chapla/
https://www.jornaldiariodonorte.com.br/noticias/camara-aprova-doar-area-a-olfar-06032118
https://racismoambiental.net.br/2021/10/14/saiba-quem-e-luis-carlos-heinze-o-arrozeiro-negacionista/
https://deolhonosruralistas.com.br/2022/05/20/fpa-destaca-ruralistas-raiz-para-alteracoes-no-codigo-florestal/
https://www.copasul.coop.br/noticias/em-ms-bolsonaro-visita-fazenda-de-cooperados-da-copasul-e-destaca-o-agronegocio/1191
https://www.redebrasilatual.com.br/politica/saiba-quem-sao-os-ruralistas-que-financiam-o-ministro-de-bolsonaro-para-o-meio-ambiente/
http://esquerdadiario.com.br/spip.php?page=gacetilla-articulo&id_article=39794
https://www.psbrs.com.br/portal/noticias.php?n=3921
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/07/21/sancionada-com-vetos-lei-que-facilita-captacao-de-recursos-para-o-setor-rural
https://reporterbrasil.org.br/2022/09/agronegocio-financia-bancada-da-bala-que-elege-meio-ambiente-e-povos-do-campo-como-alvos/
https://mst.org.br/2022/08/10/relatorio-denuncia-lobby-do-agronegocio-no-governo-bolsonaro/
https://theintercept.com/2022/11/08/socialmente-responsaveis-golpistas-agronegocio/
https://www.moneytimes.com.br/agronegocio-celebra-bancada-bolsonaro-eleita-e-mais-veja-5-assuntos-no-agro-times/
https://uaiagro.com.br/o-brasil-e-uma-potencia-no-agronegocio-diz-bolsonaro-em-visita-a-russia/
https://www.aviculturaindustrial.com.br/imprensa/para-ministro-da-agricultura-agronegocio-e-meio-ambiente-tem-que-ser/20221109-084132-b472
https://portalmaquinasagricolas.com.br/os-planos-de-lula-e-bolsonaro-para-o-agronegocio/
https://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2022/01/06/bolsonaro-defende-agronegocio-e-consumo-de-carne-de-segunda-a-domingo.htm
https://ojoioeotrigo.com.br/2021/11/agronegocio-boom-inedito-mercado-financeiro/
https://www.poder360.com.br/eleicoes/bancada-do-agro-confirma-apoio-a-bolsonaro-no-2o-turno/
https://www.cnnbrasil.com.br/politica/interesse-do-agronegocio-tambem-esta-em-jogo-na-cupula-das-americas-diz-especialista/
https://www.cepea.esalq.usp.br/br/opiniao-cepea/afinal-quanto-o-agronegocio-representa-no-pib-brasileiro.aspx
https://gennegociosegestao.com.br/agronegocio-e-a-geracao-de-renda/
https://www.cepea.esalq.usp.br/br/opiniao-cepea/o-crescimento-do-agronegocio-realmente-tem-se-refletido-em-maior-renda-para-agentes-do-setor.aspx
https://oeco.org.br/noticias/mst-lanca-candidaturas-para-enfrentar-bancada-do-agronegocio/
https://sindjufe-mt.jusbrasil.com.br/noticias/2923403/economista-do-mst-critica-o-agronegocio
https://www.brasildefatope.com.br/2022/05/06/o-que-o-agronegocio-produz-nao-esta-a-disposicao-do-povo-brasileiro-destaca-dirigente-do-mst
https://www.brasildefato.com.br/2022/06/04/o-que-o-mst-tem-feito-em-contraponto-ao-agronegocio-predatorio-no-brasil
https://mst.org.br/2022/06/25/o-agronegocio-nao-tem-futuro/
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-49053678
http://www.abi.org.br/amazonia-ameacada-pela-agenda-de-mineracao-de-bolsonaro/
https://www.andes.org.br/conteudos/noticia/agronegocio-foi-responsavel-por-97-do-desmatamento-no-brasil-em-2021-aponta-relatorio1
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/12/28/politica/1546015511_662269.html
https://infoamazonia.org/2022/03/04/organizacoes-denunciam-lobby-com-governo-bolsonaro-para-legalizar-mineracao-em-terras-indigenas/
https://amazonia.org.br/revogaco-ambiental-acaba-com-conciliacao-fake-reativa-fundo-amazonia-e-tira-car-da-agricultura/

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