A importância da internet em conflitos contemporâneos

Notícias 11 de Abr de 2022 ES EN

A tecnologia é um produto que envolve um conjunto de instrumentos, métodos e técnicas que visam a resolução de problemas. Podemos destacar um deles, como sendo o que mais teve destaque no século XXI: a internet. A globalização, processo que se expandiu de forma exponencial graças a rede de computadores, mostra como tecnologias podem contribuir de diversas formas para o avanço da sociedade. Se você não é da área da tecnologia dificilmente deve saber sobre a origem da internet, ou até mesmo, o que seja a Arpanet. Podemos destacar também, a importância da internet em conflitos contemporâneos, e como a internet pode salvar vidas em países em guerra.

No período em que ocorria a guerra fria, os Estados Unidos, tinha um enorme interesse em buscar soluções para caso se houvesse um ataque nuclear russo, onde suas informações e comunicações permanecessem em segurança. Por conta desse problema, muitas foram as tecnologias desenvolvidas, uma delas é a que estamos usando nesse exato momento, a internet. Os resultados gerados pelo conflito EUA vs Russia, além dos impactos sociais, também foi no setor tecnológico. Em 1962, Paul Baran, engenheiro da empresa Rand, apresentou um sistema de comunicações que, através de computadores conectados a uma rede descentralizada, e que era imune ataques externos.

Isto é, se houvesse ataque a um dos computadores, os outros ainda manteriam a rede funcionando. A Arpanet, aparece em 1967, mas é em 68 que tem destaque por conectar a Universidade da Califórnia e Stanford Research Institute, 29 de outubro sendo a data em que a primeira mensagem com a ARPANET foi enviada. A partir deste momento, o mundo não seria mais o mesmo, uma nova era estava prestes a começar, um novo mundo se iniciava.

Com um papel fundamental em vários aspectos, na manutenção e no crescimento organizacional dos mais diversos setores da sociedade, a internet com a conectividade se tornou, cada vez mais, uma premissa para a evolução de todos. Os grandes centros urbanos, estão cada vez mais inteligentes, isto é, a influência da internet das coisas está mostrando o seu lugar no mundo. Diante dos diversos conflitos encontrados na sociedade, a internet se tornou um dos meios de comunicação fundamentais.

O que antes uma informação demoraria dias ou semanas para chegar, hoje conseguimos saber praticamente de maneira instantânea. A informação é transportada tão rápida, que podemos checar como está o trânsito, como está o clima, o que aconteceu no reality show na noite passada, o que foi a guerra fria. Podemos estudar, enviar piadas e muitas outras coisas. Em suma, a comunicação é uma arma, que graças a internet tem um poder enorme. O ciberativismo é um exemplo de como podemos usar a internet para cobrar políticos corruptos, fazer twittaços cobrando posicionamento diante de comentários racistas ditos por influenciadores e até pedir cassação de políticos que agem de forma misógina.

A internet tem grande importância na organização de movimentos sociais, seja em movimentos na própria internet, o ciberativismo, ou organizando protestos nas ruas. Podemos citar, as manifestações de junho de 2013, conhecida como jornadas de junho, onde mais de um milhão de pessoas, foram protestar nas ruas, em mais  de 100 cidades espalhadas por todo Brasil. Os protestos tiveram início com o aumento das tarifas de ônibus, e os manifestantes se mobilizaram nas redes sociais.

Claro que com o alto número de manifestantes nas ruas, esta mobilização teve um grande alcance das grandes emissoras televisivas. O governo logo quis dispersar os manifestantes das ruas, usando a força bruta da polícia. Diversos vídeos da polícia atacando os manifestantes, viralizaram nas redes sociais, causando mais revolta na população, e mobilizando ainda mais pessoas pras ruas. Manifestações que iniciaram com a alta das tarifas de ônibus, logo ganharam outras pautas, como, saúde, educação e a má gerenciamento do governo. Os grupos que organizaram os protestos foram sequestrados por partidos políticos, e logo, estavam no sistema.

Em escala mundial, podemos destacar uma nova forma de guerra, o que chamamos cyberwar. Guerra conduzida dentro e a partir de computadores e das redes que os conectam, travada por estados ou seus procuradores contra outros estados. A guerra cibernética é normalmente travada contra redes governamentais e militares de modo a interromper, destruir ou negar seu uso. A guerra cibernética não deve ser confundida com o uso ciberterrorismo ou com a ciberespionagem, ou crimes cibernéticos. Embora táticas semelhantes sejam utilizadas em todos as quatro categorias de atividades, é uma má interpretação defini-las todas como guerra cibernética.

Alguns estados que se envolveram em guerras cibernéticas podem também ter se envolvido em atividades perturbadoras como a ciberespionagem, mas tais atividades não constituem guerras cibernéticas. Uma das primeiras referências ao termo guerra cibernética pode ser encontrada em "Cyberwar Is Coming!", um artigo histórico de John Arquilla e David Ronfeldt, dois pesquisadores da RAND Corporation, publicado em 1993 na revista Comparative Strategy.

Ataques podem ser feitos contra a rede usando armas cibernéticas que destroem, interferem, corrompem, monitoram ou de outra forma danificam o software que opera os sistemas. Tais armas incluem malware, software malicioso como vírus, trojans, spyware e worms que podem introduzir código corrompido no software existente, fazendo com que um computador execute ações ou processos não intencionais por seu operador.

Outras armas cibernéticas incluem denial-of-service distribuído, ou DDoS, ataques, nos quais atacantes, usando malware, sequestram um grande número de computadores para criar as chamadas botnets, grupos de computadores "zumbis" que atacam depois  outros computadores alvo, impedindo seu funcionamento adequado. Este método foi usado pela Anonymous em diversas vezes, podemos citar a Operação Payback em 2010. É alegado que os atacantes, principalmente civis, conduziram ataques de negação de serviço contra os principais sites que mantinham doações para sites neonazistas. Rússia acaba de declarar um ataque a Ucrânia, onde até o momento diversos bombardeios já aconteceram, além de diversas invasões.

No cenário digital, muitos serviços do governo ucraniano sofreram ataques de negação, feito diretamente pelos russos. É lamentável que até sistemas essenciais para vida foram atacados, como sistemas de hospitais, serviços educacionais. O presidente da Ucrânia fez um pedido para que os melhores em tecnologia da informação do país se juntassem em prol de manter esses tudo online, pois vidas estavam em jogo. Em paralelo, muitos ativistas digitais saíram em defesa da Ucrânia, realizando ataques contra os serviços russos, nós da Anonymous declaramos uma cyberwar contra a Rússia enquanto estiverem atacando a população ucraniana.

No contexto virtual a Rússia esteve e está censurando muitos sites que abordam a guerra de forma imparcial, as redes sociais que mantém maior parte da informação também foi e está sendo alvo de censura. Por conta deste cenário, nós da EterSec, realizamos uma cartilha digital que pode ser impressa, de modo  que os cidadãos russos burlem a censura. Você pode encontrar a matéria completa aqui.

Na internet temos acessos às informações das quais não poderíamos obter de modo simples e rápido. Por exemplo, informações sobre conflitos envolvendo dois países de outro continente em guerra. A comunicação é rápida, é surpreendente que por meio dela temos centenas de aplicativos, onde podemos ter contato com pessoas ao redor do mundo. Conseguimos acesso a diversos meios de conhecimento, como a wikipedia, livros online gratuitos, músicas, fotos e outras coisas. Também é o principal recurso para estudar no Ensino a Distância, oferecido em escolas e universidades.

Como visto mais acima, ela também é fundamental para podermos nos organizar nas ações ativistas. Para mostrarmos a nossa insatisfação com os governantes, que não fazem seu trabalho direito, que deixam a população dia após dia, sem necessidades básicas, sem segurança e com uma enorme incerteza sobre o futuro. Hoje, a internet é a nossa principal ferramenta, para mostrarmos a vocês as falcatruas que o governo coloca para debaixo do tapete. Com ela, conseguimos realizar as operações, das quais vocês têm acesso. Revelamos informações que tentam nos esconder. Agimos para não haver censura.

Marcadores

EterSec

EterSec é uma célula Anonymous baseada nas ações coletivas e na diversidade. Na era da informação, não podemos nos isolar, devemos nos unir na construção coletiva de um futuro mais livre.